segunda-feira, 30 de abril de 2018

DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL

Para celebrar este dia, esteve entre nós, no dia 12 de abril, a escritora Raquel Patriarca.

Ao encontro não faltaram os meninos do pré-escolar da Escola Básica nº1 de Lordelo e os alunos do 2º ano da Escola Básica nº2 de Lordelo.

Na primeira sessão, a escritora deliciou os mais pequeninos com as histórias A Abelha Zarelha e A Barata Patarata e o Escaravelho Trolaró, escritas para a faixa etária dos Pré-Leitores e integradas no Plano Nacional de Leitura.





Na segunda sessão, a autora, que é também historiadora, apresentou o seu livro Era Uma vez o Porto, título que integra, desde 2017, as listas do Plano Nacional de Leitura. É um livro para todas as idades que narra a história de uma cidade, desde o tempo remoto em que primeiros povos escolheram este espaço como seu, para ocupar e viver, até aos dias de hoje. Depois, a escritora leu um excerto que conta a história de uma entre várias personagens históricas que vieram habitar e transformar a cidade. 

Na hora da despedida, os livros apresentados viajaram com as crianças para as bibliotecas das respetivas escolas, numa oferta  da biblioteca da Fundação A LORD.



sexta-feira, 20 de abril de 2018

Dia Mundial do Livro 2018



Um poema...

O Dia da Liberdade

Este dia é um canteiro
com flores todo o ano
e veleiros lá ao largo
navegando a todo o pano.
E assim se lembra outro dia febril
que em tempos mudou a história
numa madrugada de abril,
quando os meninos de hoje
ainda não tinham nascido
e a nossa liberdade
era um fruto prometido,
tantas vezes proibido,
que tinha o sabor secreto
da esperança e do afeto
e dos amigos todos juntos
debaixo do mesmo teto.

José Jorge Letria

quarta-feira, 11 de abril de 2018

O Leituras sugere...





...para abril 


As Duas Casas
 Ana Teresa Pereira



Este livro é constituído por duas partes:

A casa das sombras

A casa do nevoeiro


 As histórias acompanham um grupo de quatro jovens no início da adolescência, dois irmãos, a prima, e um amigo, que, por ocasião das férias se reúnem. A mãe dos dois irmãos, um rapaz e uma rapariga, é uma escritora que busca inspiração alugando diferentes casas pela ilha. É assim que David, Cristina, Mónica, João e o canino Charlie vão explorando a natureza que rodeia cada um dos locais, sejam praias escondidas de difícil acesso, sejam pistas para tesouros e labirintos escondidos.


«— Foram eles que te apanharam na biblioteca, David? 
— Sim. Saíram da abertura atrás da tela e ficaram tão surpreendidos ao ver-me como eu ao vê-los. Não tive tempo de fugir. 
Agarraram-me e trouxeram-me para este quarto.
— Tu deixaste cair a pedrinha vermelha...
— Sim. Para vos dar uma pista. Ainda bem que a encontraram. Não gostaria nada de ficar aqui para sempre.
A Mónica estremeceu. A ideia era horrível.
— E se eles voltam?»

De A Casa das Sombras



A casa [do Nevoeiro] ficava do outro lado do nevoeiro, quase no fim do mundo. Era um lugar tão estranho que Mónica tinha a certeza de que algo ia acontecer. Uma aventura inquietante. Quadros roubados, pintores que se desfazem em fumo, anjos, fantasmas que passeiam dentro das paredes...


Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para o 3º ciclo, destinado a leitura autónoma.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Escritor do mês | abril

Ana Teresa Pereira
(1958/)


Ana Teresa Pereira nasceu em 1958 no Funchal, onde vive. Ainda estudante e guia intérprete, viu publicado em 1989 o seu primeiro livro, Matar a Imagem, com o qual ganhou o Prémio Caminho Policial. Desde então, tem vindo a publicar regularmente.  Estreou-se na literatura infantil com A Casa da Areia e A Casa dos Penhascos, dando assim início a uma nova coleção para jovens. A singularidade da sua temática e a concisão da sua escrita dão a Ana Teresa Pereira um lugar próprio na literatura portuguesa atual.

«Nos últimos dezoito anos, Ana Teresa Pereira construiu uma das obras mais coerentes e sólidas da ficção nacional. De facto, sem que quase déssemos por isso, os mais de vinte romances que publicou, oscilando entre os fairy tales, o fantástico, o policial e o western, não necessariamente por esta ordem, fizeram do seu nome uma referência incontornável.» Eduardo Pitta, Público.

“A escrita de Ana Teresa Pereira deve mais ao cinema, à poesia ou à pintura do que à ficção portuguesa contemporânea, em relação à qual ocupa uma posição um pouco descentrada, e esse é um dos seus aspetos mais interessantes”, António Guerreiro.  

Ana Teresa Pereira venceu o Prémio Oceanos 2017 pelo seu último romance, “Karen”, tornando-se a primeira mulher a fazê-lo nos 15 anos de história deste prémio, no Brasil. Após publicar mais de 20 de livros no seu país natal e de ser traduzida para o inglês, francês, alemão, italiano e eslovaco, entre outros idiomas, Ana Teresa marcará sua estreia nas prateleiras brasileiras com “Karen”, a ser lançado no primeiro semestre do corrente ano.

Bibliografia 

Matar a imagem (1989), As personagens (1990) ,A última história (1991), A Casa dos Penhascos (1991),A Casa da Areia (1991), A Casa dos Pássaros (1991), A Casa das Sombras (1991), A Casa do Nevoeiro (1992), A cidade fantasma (1993), Num lugar solitário (1996), A noite mais escura da alma (1997), A coisa que eu sou (1997), As rosas mortas (1998), O rosto de Deus (1999), Se eu morrer antes de acordar (2000), Até que a morte nos separe (2000), A dança dos fantasmas (2001), A linguagem dos pássaros (2001), O ponto de vista dos demónios (2002), Intimações de morte (2003), Contos (2004), Se nos encontrarmos de novo (2004) - Prémio do PEN Clube Português na categoria de ficção, O sentido da neve (2005), O mar de gelo (2005), Histórias policiais (2006), A neve (2006)- Prémio Literário Edmundo Bettencourt (Câmara Municipal do Funchal), Prémio Máxima de Literatura, Quando atravessares o rio (2007), O fim de Lizzie (2008), O Verão selvagem dos teus olhos (2008), As duas casas (2009), A Outra (2010) - Prémio Literário Edmundo Bettencourt (Câmara Municipal do Funchal), Inverness (2010), A Pantera (2011), O Lago (2012) -Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, As longas tardes de chuva em Nova Orleães (2013), A Porta Secreta (2013), A Estalagem do Nevoeiro (2014), As velas da noite (2014), Neverness (2015), Karen (2016) -Prémio Oceanos de Literatura.


Tem colaboração nos jornais Público e Diário de Notícias (Funchal) e nas revistas Islenha e Margem 2 (ambas do Funchal).


“Le Notti Bianche passava se numa ponte: Maria Schell esperava o amante que partira há um ano, Marcello Mastroianni apaixonava se por ela, e havia música, não sei de onde vinha a música, talvez de um bar ou de uma esplanada próxima; lembro me de um barco no canal, e dos sinos a tocarem, e do momento em que começava a nevar, e da rapariga a deixar cair o casaco que tinha sobre os ombros e a correr para os braços de um dos homens. Black Narcissus: Deborah Kerr vestida de freira, e o inesperado dos seus cabelos ruivos quando recordava, porque aquele lugar fazia recordar coisas; Kathleen Byron a tocar o sino do mosteiro na beira do precipício e a pintar os lábios na sua cela, a voltar de madrugada com um vestido vermelho e o cabelo molhado; e depois a luta final entre a jovem com o hábito branco e a jovem com o vestido vermelho, as nuvens lá em baixo, o mosteiro erguia se acima das nuvens. 

Em tempos pensava que todas as histórias eram uma só, a luta entre o anjo bom e o anjo caído, e sempre à beira de um abismo”.

In Karen, cap. I