terça-feira, 31 de maio de 2016

PRÉMIO CAMÕES | 2016

O escritor brasileiro Raduan Nassar é o vencedor do Prémio Camões 2016.

É o 28.º autor, e o 12.o brasileiro a receber aquele que é considerado o mais importante prémio literário destinado a autores de língua portuguesa.


"Através da ficção, o autor revela, no universo da sua obra, a complexidade das relações humanas em planos dificilmente acessíveis a outros modos do discurso. Muitas vezes essa revelação é agreste e incómoda, e não é raro que aborde temas considerados tabus. Essa possibilidade dá-se no uso rigoroso de uma linguagem cuja plasticidade se imprime em diferentes registos discursivos verificáveis numa obra que privilegia a densidade acima da extensão", lê-se na justificação do júri que este ano incluiu a professora e ensaísta Paula Morão e o poeta e colunista Pedro Mexia, os professores universitários, críticos e escritores brasileiros Flora Süssekind e Sérgio Alcides do Amaral, e ainda o autor moçambicano Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica de Maputo, e a ensaísta são-tomense Inocência Mata, atualmente radicada em Macau.

A decisão do júri foi por unanimidade.

Raduan Nassar nasceu em Pindorama, Estado de São Paulo, em 1935, descende de uma família libanesa, estudou Direito e Letras na Universidade de São Paulo, onde concluiu a sua formação académica em Filosofia.

Com apenas três livros publicados – os romances Lavoura Arcaica  (1975) e Um Copo de Cólera (1978) e o livro de contos Menina a Caminho (1994) –, a exiguidade da obra não impede que Raduan Nassar seja há muito considerado pela crítica um dos grandes nomes da literatura brasileira, ao nível de um Guimarães Rosa ou de uma Clarice Lispector.

O comunicado do Ministério da Cultura, que anuncia o prémio, destaca Nassar como "autor de uma obra de intervenção, promovendo uma consciência política e social contra o autoritarismo, comparado a nomes consagrados da literatura brasileira, como Clarice Lispector e João Guimarães Rosa, graças à extraordinária qualidade da sua linguagem e da força poética da sua prosa".

O Prémio Camões, no valor de 100 mil euros, foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, e atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor Miguel Torga (1907-1995). No ano passado, foi distinguida a escritora portuguesa Hélia Correia.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

AVISO

Informamos os nossos utentes e demais interessados que, a partir do dia 23 de maio, os nossos serviços passam a funcionar no edifício do Museu A LORD, Rua Ribeiro da Silva, Lordelo, no horário habitual:
9.00h -12h30m;13h30m -18.00h.

Esperamos a vossa visita! 




terça-feira, 3 de maio de 2016

Encontro com Rosário Castanheira



No mês de abril, para celebrar o Dia do Livro Infantil, recebemos a visita de Rosário Castanheira, autora do livro Fugas de Mel com o qual esta educadora se inicia na escrita infantil.

O encontro estava marcado para as 10h com os alunos do 1º ciclo dos Centros Escolares nº1 e nº2 de Lordelo.
A autora falou do seu livro que, através de uma história que se desenrola à volta de uma colmeia, ressalta a importância do mel na nossa alimentação. Os meninos, curiosos e atentos, seguiram as personagens da história, apresentadas de forma dinâmica e cativante pela escritora.
Num segundo momento e no sentido de uma maior sensibilização para este tema, as crianças contactaram com um apicultor convidado que, acompanhado de uma colmeia, explicou a vida das abelhas e o processo de produção do mel. 

Entusiasmados com as informações colhidas, os meninos partiram levando consigo a história da escritora, nos livros oferecidos pela Biblioteca. 

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Quatro Poemas

1.
Para quê, perguntou ele, para que servem
Os poetas em tempo de indigência?
Dois séculos corridos sobre a hora
Em que foi escrita esta meia linha,
Não a hora do anjo, não: a hora
Em que o luar, no monte emudecido,
Fulgurou tão desesperadamente
Que uma antiga substância, essa beleza
Que podia tocar-se num recesso
Da poeirenta estrada, no terror
Das cadelas nocturnas, na contínua
Perturbação, morada da alegria;

2.
Essa beleza que era também espanto
Pelo dom da palavra e pelo seu uso
Que erguia e abatia, levantava
E abatia outra vez, deixando sempre
Um rasto extraordinário. Sim, a hora,
Dois séculos antes, em que uma ausência
E o seu grande silêncio cintilaram
Sobre a mão do poeta, em despedida.

7.
Nós, os ateus, nós, os monoteístas,
Nós, os que reduzimos a beleza
A pequenas tarefas, nós, os pobres
Adornados, os pobres confortáveis,
Os que a si mesmos se vigarizavam
Olhando para cima, para as torres,
Supondo que as podiam habitar,
Glória das águias que nem águias tem,
Sofremos, sim, de idêntica indigência,
Da ruína da Grécia.

23.
A terceira miséria é esta, a de hoje.
A de quem já não ouve nem pergunta.
A de quem não recorda. E, ao contrário
Do orgulhoso Péricles, se torna
Num entre os mais, num entre os que se entregam,
Nos que vão misturar-se como um líquido
Num líquido maior, perdida a forma,
Desfeita em pó a estátua.


[Hélia Correia, in A Terceira Miséria, Relógio d’Água, 2012]


O Leituras sugere...





...para maio



Trincas - O Monstro dos Livros

Emma Yarlett


TRINCAS, o MONSTRO devorador de livros, trincou tanto que saiu do seu próprio livro, e agora está a provocar o caos em histórias bem conhecidas.


Este monstrinho é um grande malandro!


O que será?! Só lendo, descobrirás!


 E não é que ele decidiu fugir? E agora? Vamos procurá-lo! Precisamos de o encontrar!
CUIDADO! Protege os teus livros!

Uma história muito engraçada que vais adorar!
Requisita-a na nesta Biblioteca.

Faixa etária: dos 3 aos 6 anos