sexta-feira, 22 de março de 2013

RBP - Rede de Bibliotecas de Paredes

Uma nova rede de bibliotecas nasceu no dia 15 de março.
Na Biblioteca Municipal de Paredes, foi assinado o protocolo de cooperação dos parceiros da RBP - Rede de Bibliotecas de Paredes que integra o Município de Paredes, os Agrupamentos de Escolas do concelho – AE de Cristelo, AE Daniel Faria-Baltar, AE de Lordelo, AE de Paredes, AE de Vilela – a Escola Secundária de Paredes, a Fundação A LORD, o Centro de Formação Profissional da Indústria das Madeiras e Mobiliário, o CFAE Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel e a Junta de Freguesia de Recarei.


O Portal esclarece sobre a sua funcionalidade: a promoção da leitura no concelho através da divulgação e do acesso ao fundo documental de cada parceiro (mediante a consulta do catálogo coletivo e o empréstimo interbibliotecas) e a divulgação de atividades e iniciativas das várias bibliotecas, numa preocupação de diálogo cultural.
A Fundação A LORD e a sua Biblioteca manifestam o seu empenho no trabalho cooperativo com os parceiros, visando disponibilizar um serviço mais cómodo na divulgação cultural, na pesquisa e requisição de documentos, suportes da informação, do conhecimento e do prazer de ler. 





Histórias de Encantar

Em março, antes das férias da Páscoa, os meninos do JI de Beto – Arreigada, ouviram “A história da árvore Elvira”. Depois, inspirados por este conto, chegou a hora de pôr mãos à obra!
E, como março é o mês do início da primavera e se comemora o Dia Mundial da Árvore, nada melhor do que “fazer” uma árvore. Então, das mãos dos meninos e meninas saíram originais marcadores de livros que levaram para marcarem as suas histórias favoritas.

quinta-feira, 21 de março de 2013

DIA MUNDIAL DA POESIA

Neste dia, um poema que nos conduz a uma reflexão sobre a língua portuguesa
lamento para a língua portuguesa
não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
vai-se por cá mingando e desistindo,
e desde ti nos deitas a perder
e fazes com que fuja o teu poder
enquanto o mundo vai de nós fugindo:
ruiu a casa que és do nosso ser
e este anda por isso desavindo
connosco, no sentir e no entender,
mas sem que a desavença nos importe
nós já falamos nem sequer fingindo
que só ruínas vamos repetindo.
talvez seja o processo ou o desnorte
que mostra como é realidade
a relação da língua com a morte,
o nó que faz com ela e que entrecorte
a corrente da vida na cidade.
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
bem que ao longo do tempo ensurdecias,
nublando-se entre nós os teus cristais,
e entre gentes remotas descobrias
o que não eram notas tropicais
mas coisas tuas que não tinhas mais,
perdidas no enredar das nossas vias
por desvairados, lúgubres sinais,
mísera sorte, estranha condição,
mas cá e lá do que eras tu te esvais,
por ser combate de armas desiguais.
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
o discurso político, a paixão
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, mesmo essa que anda
por tal degradação tão mais feliz
que o repete por luxo e não comanda,
com o bafo de hienas dos covis,
mais que uma vela vã nos ventos panda
cheia do podre cheiro a que tresanda.
foste memória, música e matriz
de um áspero combate: apreender
e dominar o mundo e as mais subtis
equações em que é igual a xis
qualquer das dimensões do conhecer,
dizer de amor e morte, e a quem quis
e soube utilizar-te, do viver,
do mais simples viver quotidiano,
de ilusões e silêncios, desengano,
sombras e luz, risadas e prazer
e dor e sofrimento, e de ano a ano,
passarem aves, ceifas, estações,
o trabalho, o sossego, o tempo insano
do sobressalto a vir a todo o pano,
e bonanças também e tais razões
que no mundo costumam suceder
e deslumbram na só variedade
de seu modo, lugar e qualidade,
e coisas certas, inexactidões,
venturas, infortúnios, cativeiros,
e paisagens e luas e monções,
e os caminhos da terra a percorrer,
e arados, atrelagens e veleiros,
pedacinhos de conchas, verde jade,
doces luminescências e luzeiros,
que podias dizer e desdizer
no teu corpo de tempo e liberdade.
agora que és refugo e cicatriz
esperança nenhuma hás-de manter:
o teu próprio domínio foi proscrito,
laje de lousa gasta em que algum giz
se esborratou informe em borrões vis.
de assim acontecer, ficou-te o mito
de haver milhões que te uivam triunfantes
na raiva e na oração, no amor, no grito
de desespero, mas foi noutro atrito
que tu partiste até as próprias jantes
nos estradões da história: estava escrito
que iam desconjuntar-te os teus falantes
na terra em que nasceste, eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa,
e crescemos em ti. nem imaginas
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, vãs aspirinas,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vidas novas repentinas.
enredada em vilezas, ódios, troça,
no teu próprio país te contaminas
e é dele essa miséria que te roça.
mas com o que te resta me iluminas.

Vasco Graça Moura, in 'Antologia dos Sessenta Anos'


Sugestão de leitura: a recente coletânea de poesia de José Fanha onde o autor reúne toda a sua obra poética construída ao longo de mais de 40 anos


167º aniversário do nascimento de Rafael Bordalo Pinheiro

Caricaturista, ilustrador, ceramista, autor de banda desenhada, editor, decorador e figurinista, considerado o maior artista plástico português do século XIX, Raphael Bordallo Pinheiro (na grafia original) nasceu a 21 de março de 1846, em Lisboa, e faleceu a 23 de janeiro de 1905, na mesma cidade.
Oriundo de uma família de artistas, teve uma formação escolar que passou pelo Liceu das Merceiras, onde se matriculou em 1857, no mesmo ano em que nasceu o irmão, Columbano Bordalo Pinheiro, que se viria a revelar um notável pintor.
Experimentou representação no Teatro Garrett, inscreveu-se no Conservatório em 1860 e, no ano seguinte, matriculou-se em Desenho de Arquitetura Civil na Academia de Belas Artes, onde também se inscreveu em Desenho Histórico.
Perante um percurso escolar perfeitamente irregular e marcado pela pouca assiduidade, em 1863 foi trabalhar como escriturário na Câmara dos Pares. Em paralelo, desenvolveu o gosto pela arte, como se verificou no Salão da Sociedade Promotora de Belas Artes, onde expôs regularmente aguarelas com motivos populares a partir de 1868.
Em 1869 realizou diversas capas de livros e cabeçalhos de jornais e preparou o álbum O Calcanhar d'Achilles [Aquiles], editado no ano seguinte.
Durante a Exposição Internacional de Madrid, de 1871, apresentou os seus trabalhos e, nesse mesmo ano, participou no Almanaque das Gargalhadas.
Em 1872 colaborou com Artes e Letras e foi editado o álbum Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador do Rasilb pela Europa, que é a primeira banda desenhada portuguesa, que relata em 16 páginas a viagem do Imperador do Brasil D. Pedro II à Europa. Dado o grande sucesso deste álbum, foram feitas mais duas edições no mesmo ano e, deste modo, Bordalo foi um dos pioneiros da BD a nível mundial. Estes três álbuns foram reeditados em 1996 pela Bedeteca de Lisboa por ocasião dos 150 anos do nascimento do autor, realizando-se na ocasião uma exposição sobre as suas Histórias aos Quadradinhos, entre outras iniciativas.
A sua colaboração como ilustrador com a imprensa estrangeira fez-se notar particularmente em 1873, com El Mundo Comico e Ilustración Española y Americana (ambos de Madrid) e o The Illustrated London News (de Londres).
Ano também marcante na sua carreira foi o de 1875: criou o célebre Zé Povinho, que apareceu pela primeira vez nas páginas d'A Lanterna Mágica, periódico que se começou a publicar a 1 de maio, sob direção literária de Guerra Junqueiro e de Guilherme de Azevedo. Também em 1875, a convite do prestigiado jornal O Mosquito, partiu para o Brasil. Colaborou com esse periódico carioca entre 1875 e 1877 e, com o seu encerramento, fundou o Psit!!!, em 1877, que durou escassos meses, tendo criado de seguida O Besouro, publicado entre 1878 e 1879, o ano do seu regresso a Lisboa.
Em 1879 fundou um dos títulos mais representativos em que participou, o célebre O António Maria, com Guilherme de Azevedo, cuja I série se publicou entre 1879 e 1885.
Com o encerramento de O António Maria criou de seguida o Pontos nos II, que se publicou entre 1885 e 1991, reaparecendo uma II série de O António Maria, entre 1891 e 1898. O último jornal que dinamizou foi A Paródia, que contou com a colaboração literária de João Chagas, publicado de 1900 até 1906.
Retomando um hábito tido no Brasil, fez caricatura a partir de quadros célebres, como Zé Povinho na [Última] Ceia e Zé Povinho - Marquês de Pombal, ambos de 1882.
O Zé Povinho corresponde a uma imagem simbólica do povo, da massa anónima e submissa, plena de atualidade, que aparece nas mais variadas situações, desde os aumentos de impostos e das tarifas dos transportes, aos negócios mal explicados. De origem rural, sorriso afável, cabelo despenteado e usando chapéu braguês, o Zé vai manifestando o seu espanto umas vezes ou em outras mostra que percebe mais do que seria suposto.

Com a colaboração de Ramalho Ortigão lançou o Álbum das Glórias em 1880 e, no ano seguinte, O António Maria estreou-se como revista teatral.
Para além dos periódicos que fundou e dinamizou com caricaturas e ilustrações, colaborou simultaneamente em muitos outros com BD, como aconteceu com as edições de O Comércio do Porto Ilustrado, no qual participou entre 1892 e 1904 com 10 histórias de BD que tiveram a particularidade de ser a cores, reeditadas em 1996 por Carlos Bandeiras Pinheiro. Uma outra BD importante, O Lazareto de Lisboa, surgida em 1881, também foi reeditada, em 2003, pela Frenesi.
Em 1884 começou a laborar a fábrica de Cerâmica das Caldas da Rainha. De entre as peças fabricadas, destaque para as pequenas figuras de carácter popular e caricatural, como o célebre Zé Povinho, a Ana das Caldas, o Arola ou as versões do John Bull (como penico e escarrador), personagem que surgiu como resposta ao Ultimato Britânico de 1890, sem esquecer as peças de grandes dimensões, como a Talha Manuelina e a Jarra Beethoven.
Prova do seu empenho na fábrica, viajou com o irmão Feliciano em 1888 visitando fábricas em França, Bélgica e Inglaterra, para conhecer técnicas de produção de cerâmica.
Em 1889 decorou o Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris, onde as suas cerâmicas foram acolhidas com êxito, tendo sido agraciado com o grau de cavaleiro da Legião de Honra da República Francesa.
Outras atividades em que se destacou foram a realização de figurinos para peças teatrais, como as que fez para Eduardo Schwalbach a partir de 1897, como O Reino da Bolha, ou a baixela manuelina que desenhou para o visconde de São João da Pesqueira, em 1904.
Implacável com a classe política do país, ninguém foi poupado à pena cáustica de Bordalo, como Hintze Ribeiro, José Luciano de Castro, Mouzinho de Albuquerque, o duque d'Ávila, o conde de Burnay, D. Luís, D. Carlos ou, em particular, António Maria Fontes Pereira de Melo.
A cidade de Lisboa tem-lhe prestado diversas homenagens, como a atribuição do seu nome ao largo onde morou, próximo do Chiado, a criação em 1989 do Prémio Municipal "Rafael Bordalo Pinheiro" de Banda Desenhada, Caricatura e Cartoon e, desde 1915, o Museu Rafael Bordalo Pinheiro, no Campo Grande, tutelado pela edilidade desde 1924, que resultou da doação (do edifício e do recheio) por um grande admirador do autor, Cruz Magalhães, que embora nunca o tenha conhecido organizou metodicamente um espólio sem igual sobre o autor. A Casa da Imprensa atribui desde 1990 os Prémios "Bordalo", criados em 1962 com outro nome, que distingue personalidades em várias áreas.
Em 2005, por ocasião do Centenário da sua morte, realizaram-se diversas iniciativas, com exposições (nomeadamente em Lisboa e no Porto), as edições da Fotobiografia organizada por João Paulo Cotim (Assírio & Alvim), do Álbum das Glórias (Expresso) e o catálogo A Rolha - Bordalo (Hemeroteca Municipal de Lisboa).
Nas Caldas da Rainha existe uma Casa Museu Rafael Bordalo Pinheiro e uma Escola Secundária tem Rafael Bordalo Pinheiro como patrono.

Rafael Bordalo Pinheiro. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-03-21].
Disponível em  http://www.infopedia.pt/$rafael-bordalo-pinheiro


Ilse Losa - Centenário do nascimento




Escritora portuguesa, autora essencialmente de literatura infantil, nasceu numa aldeia perto de Hanôver, na Alemanha, a 20 de março de 1913, e faleceu a 6 de janeiro de 2006, no Porto. Fugida à perseguição nazi, refugiou-se, em 1934, em Portugal e radicou-se no Porto, adquirindo a nacionalidade portuguesa. Colaborou em várias edições periódicas como O Diabo, Gazeta Musical e de Todas as Artes, Seara Nova, Vértice, Colóquio/Letras, Portucale, JL. Traduziu, para português, vários escritores de língua alemã (Brecht, Max Frisch, Adolf Himmel, entre outros) assim como o dinarmaquês Andersen, e, para alemão, vários autores portugueses. A sua obra narrativa e poética, publicada essencialmente na década de 50, centra-se na retrospetiva autobiográfica, evocando a infância e a adolescência, enquanto vivência ensombrada pela rutura da inocência e da unidade efetuada pela experiência do horror nazi e pela perda da pátria de origem. A simplicidade com que exprime angústias passadas e presentes, com especial menção para o sentimento de se reconhecer estrangeira e estranha quer no espaço natal quer na pátria adotiva, estabelece uma continuidade com a escrita para crianças, domínio a que dedicou uma obra extensa, distinguida, em 1984, com o Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil. O seu primeiro romance, O Mundo em que Vivi (1949), retrata o ambiente de guerra vivido, ainda em criança, na Alemanha.
Do conjunto das suas obras, destacam-se ainda Sob Céus Estranhos (1962); Na Quinta das Cerejeiras (1984 - Prémio Calouste Gulbenkian); e Caminhos Sem Destino (1991).

Ilse Losa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-03-21].
Disponível em http://www.infopedia.pt/$ilse-losa

terça-feira, 19 de março de 2013

Poema para o Dia do Pai -19 de março

Ter um Pai! É ter na vida
Uma luz por entre escolhos;
É ter dois olhos no mundo
Que veem pelos nossos olhos!
Ter um Pai! Um coração
Que apenas amor encerra,
É ver Deus, no mundo vil,
É ter os céus cá na terra!
Ter um Pai! Nunca se perde
Aquela santa afeição,
Sempre a mesma, quer o filho
Seja um santo ou um ladrão;
Talvez maior, sendo infame
O filho que é desprezado
Pelo mundo; pois um Pai
Perdoa ao mais desgraçado!
Ter um Pai! Um santo orgulho
Pró coração que lhe quer
Um orgulho que não cabe
Num coração de mulher!
Embora ele seja imenso
Vogando pelo ideal,
O coração que me deste
Ó Pai bondoso é leal!
Ter um Pai ! Doce poema
Dum sonho bendito e santo
Nestas letras pequeninas,
Astros dum céu todo encanto!
Ter um Pai! Os órfãozinhos
Não conhecem este amor!
Por mo fazer conhecer,
Bendito seja o Senhor!
 Florbela Espanca

quarta-feira, 13 de março de 2013

XIII ATELIER DE OLARIA

Satisfazendo o interesse de crianças e educadoras das escolas deste concelho e dos concelhos limítrofes que, todos os anos, nos contactam no sentido de se inscreverem nas nossas atividades, realizámos mais um Atelier de Olaria, orientado, como sempre, pela ceramista Maria Fernanda Braga.

Depois de uma breve apresentação da técnica de execução, das mãozinhas pequenas mas habilidosas dos participantes nasceram, este ano, caracóis moldados segundo os dois modelos apresentados e personalizados ao gosto de cada um que, depois, seguiram viagem com os seus autores.

JI de Trás-as-Vessadas

JI Escola Nova Básica - Valongo

JI de Tanque - Baltar e JI de Trás-as-Vessadas

Atividades | janeiro

“A ovelhinha que veio para o jantar”, foi a história que os meninos e meninas do JI de Boavista, Centro Escolar da Estação e Escola Nova Básica, de Valongo, puderam ouvir contar, durante o mês de Janeiro. A história foi apresentada em PowerPoint e todos perceberam que, afinal, um lobo e uma ovelhinha também podem ser amigos.

Seguiu-se uma atividade plástica: as crianças foram convidadas a colorir uma simpática ovelhinha que, depois, foi colocada numa palhinha, para os acompanhar nas refeições. Todos ficaram muito contentes por levarem “a ovelhinha para o jantar”.


Centro Escolar da Estação - Valongo

JI de Boavista - Valongo


JI Escola Nova Básica - Valongo

Nos dias 10 e 24 de Janeiro, o nosso teatro de fantoches apresentou o conto clássico “A casinha de chocolate”. O nosso público: as crianças do JI de Trás-de-Várzea e do Centro Escolar de Recarei. Depois de uma conversa animada com os fantoches, chegou a hora de colorir rebuçados, doces e muitas guloseimas e a nossa “árvore mágica” ficou coberta de doçura.

JI de Trás-de-Várzea e Centro Escolar de Recarei

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher



PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de março como "Dia Internacional da Mulher". De então para cá o movimento a favor da emancipação da mulher tem tomado forma, tanto em Portugal como no resto do mundo.

O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA
Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que ainda são impostos à mulher.




Um Poema
Não um, mas vários, de e para as mulheres, em sua homenagem

A Mulher Mais Bonita do Mundo
estás tão bonita hoje. quando digo que nasceram
flores novas na terra do jardim, quero dizer
que estás bonita.

entro na casa, entro no quarto, abro o armário,
abro uma gaveta, abro uma caixa onde está o teu fio
de ouro.

entre os dedos, seguro o teu fino fio de ouro, como
se tocasse a pele do teu pescoço.

há o céu, a casa, o quarto, e tu estás dentro de mim.

estás tão bonita hoje.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

estás dentro de algo que está dentro de todas as
coisas, a minha voz nomeia-te para descrever
a beleza.

os teus cabelos, a testa, os olhos, o nariz, os lábios.

de encontro ao silêncio, dentro do mundo,
estás tão bonita é aquilo que quero dizer.
José Luís Peixoto

Dá-me a tua mão.

Deixa que a minha solidão
prolongue mais a tua
— para aqui os dois de mãos dadas
nas noites estreladas,
a ver os fantasmas a dançar na lua.

Dá-me a tua mão, companheira,
até o Abismo da Ternura Derradeira.
José Gomes Ferreira

Eu ontem vi-te...
Andava a luz
Do teu olhar,
Que me seduz
A divagar
Em torno a mim.
E então pedi-te,
Não que me olhasses,
Mas que afastasses,
Um poucochinho,
Do meu caminho,
Um tal fulgor
De medo, amor,
Que me cegasse,
Me deslumbrasse
Fulgor assim.
Ângelo de Lima


ESTA MANHÃ ENCONTREI O TEU NOME

Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida

foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama

e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.
Maria do Rosário Pedreira


Retrato Talvez Saudoso da Menina Insular
Tinha o tamanho da praia
o corpo era de areia.
Ele próprio era o início
do mar que o continuava.
Destino de água salgada
principiado na veia.
E quando as mãos se estenderam
a todo o seu comprimento
e quando os olhos desceram
a toda a sua fundura
teve o sinal que anuncia
o sonho da criatura.
Largou o sonho nos barcos
que dos seus dedos partiam
que dos seus dedos paisagens
países antecediam.
E quando o seu corpo se ergueu
Voltado para o desengano
só ficou tranquilidade
na linha daquele além.
Guardada na claridade
do olhar que a retém.
Natália Correia


nos momentos de incerteza
quando apetece fugir
e desistir da viagem
quando cansado de tudo
me sento à beira da estrada
e adormeço a coragem
são os teus gestos
mulher
que me chamam
para a vida
e sinto de novo a fúria
de desenhar um país
Vieira da Silva


segunda-feira, 4 de março de 2013

Cada mês com seus provérbios | março


Em Março, cada dia chove um pedaço.
Em Março, tanto durmo como faço.
Entre Março e Abril o cuco há-de vir. Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.
Janeiro geoso, Fevereiro nevado, Março frio e ventoso, Abril chuvoso e Maio pardo, fazem o ano abundoso.
Lua cheia em Março trovejada, trinta dias é molhada.
Março chove cada dia o seu pedaço.
Março, marçagão, manhã de Inverno, tarde de rainha, noite corta que nem foicinha.
Março pardo e venturoso traz o ano formoso.
Vento de Março e chuva de Abril, vinho a florir.
Vinho que nasce em Maio, é para o gaio; se nasce em Abril, vai ao funil; se nasce em Março, fica no regaço.
O enxame de Março mete-o regaço.
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.
Poda em Março, vindima no regaço.
Podar em Março é ser madraço.
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz.
Quando Março sai ventoso, sai Abril chuvoso.
Quem não poda em Março, vindima no regaço.

Escritor do mês | março

O Leituras sugere...






...para março




Poesias de Amor e Versos com Sabor



Neste livro em que o título faz rimar amor com sabor, as emoções rimam com cores, aromas e sabores numa aventura em verso que nos fala do amor, do coração, mas também do chocolate, de uma marina, de uma janela de um quarto, de um cão e em que a autora e os leitores partilham a mesma idade, a mesma espontaneidade e, talvez, o mesmo amor pela leitura. Com doze anos apenas, Laura Mirpuri publica o seu primeiro livro de poesia onde o som e o sentido das palavras, associados a uma belíssima ilustração de Rita Antunes, se revelam necessariamente indissociáveis num divertimento para os cinco sentidos.

A não perder, na nossa Biblioteca.
A partir dos 8 anos

Teatro de Fantoches | março

Dias 14 e 28 | 10h30
Quem tudo quer, tudo perde
coleção Provérbios de sempre


Histórias de Encantar | março

Dias 7 e 21 | 10h30
A história da árvore Elvira de Sofia Patrício Dias