quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


DIA de S.VALENTIM

Para comemorar este Dia de S. Valentim escolhemos uma das Cartas de Amor de Fernando Pessoa dirigida a Ofélia Queiroz, durante a relação amorosa que mantiveram.

 [Carta a Ophélia Queiroz - 5 Abr. 1920]
Meu Bebé pequeno e rabino:
Cá estou em casa, sozinho, salvo o intelectual que está pondo o papel nas paredes (pudera! havia de ser no tecto ou no chão!); e esse não conta. E, conforme prometi, vou escrever ao meu Bebezinho para lhe dizer, pelo menos, que ela é muito má, excepto numa coisa, que é na arte de fingir, em que vejo que é mestra.
Sabes? Estou-te escrevendo mas não estou pensando em ti. Estou pensando nas saudades que tenho do meu tempo da caça aos pombos; e isto é uma coisa, como tu sabes, com que tu não tens nada...
Foi agradável hoje o nosso passeio — não foi? Tu estavas bem disposta, e eu estava bem disposto, e o dia estava bem disposto também (O meu amigo, não. A. A. Crosse: está de saúde — uma libra de saúde por enquanto, o bastante para não estar constipado).
Não te admires de a minha letra ser um pouco esquisita. Há para isso duas razões. A primeira é a de este papel (o único acessível agora) ser muito corredio, e a pena passar por ele muito depressa; a segunda é a de eu ter descoberto aqui em casa um vinho do Porto esplêndido, de que abri uma garrafa, de que já bebi metade. A terceira razão é haver só duas razões, e portanto não haver terceira razão nenhuma. (Álvaro de Campos, engenheiro).
Quando nos poderemos nós encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo... Meu Bebé para sentar ao colo! Meu Bebé para dar dentadas! Meu Bebé para...
(e depois o Bebé é mau e bate-me...) «Corpinho de tentação» te chamei eu; e assim continuarás sendo, mas longe de mim.
Bebé, vem cá; vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boca do Nininho... Vem... Estou tão só, tão só de beijinhos...
Quem me dera ter a certeza de tu teres saudades de mim a valer. Ao menos isso era uma consolação... Mas tu, se calhar, pensas menos em mim que no rapaz do gargarejo, e no D. A. F. e no guarda-livros da C. D. & C.! Má, má, má, má, má...!!!!!
Açoites é que tu precisas.
Adeus; vou-me deitar dentro de um balde de cabeça para baixo para descansar o espírito. Assim fazem todos os grandes homens — pelo menos quando têm — 1º espírito, 2º cabeça, 3º balde onde meter a cabeça.
Um beijo só durando todo o tempo que ainda o mundo tem que durar, do teu, sempre e muito teu
Fernando (Nininho).
5.4.1920
Cartas de Amor. Fernando Pessoa. (Organização, posfácio e notas de David Mourão Ferreira. Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz.) Lisboa: Ática, 1978 (3ª ed. 1994).- 13.


Curiosamente, em 1935, o heterónimo Álvaro de Campos viria a escrever o poema "Todas as Cartas de Amor São Ridículas", quando Fernando Pessoa já não namorava Ofélia Queiroz.
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos, 21-10-1935

Ler mais:
Cartas de Amor de Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 368
Editor: Assírio & Alvim

 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

"Dia Mundial da Rádio"





Comemora-se hoje, pela segunda vez, o Dia Mundial da Rádio. Trata-se de uma iniciativa promovida pela UNESCO que escolheu o dia 13 de fevereiro, que corresponde ao nascimento da United Nations Radio, em 1946, que emitiu, pela primeira vez, para um grupo de seis países.
No tempo dos nossos avós não havia televisão nem internet e as notícias chegavam via rádio. A ideia da criação de um dia mundial da rádio estava "no ar" há mais de uma década, mas só ganhou forma a partir de uma proposta formal apresentada por Espanha no final de 2011.
Neste dia, sugerimos o visionamento do filme Os dias da rádio de Woody Allen:

Como aperitivo, deixamos aqui este "clip":




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Cada mês com seus provérbios | fevereiro

Água de Fevereiro, mata o Onzeneiro.
Ao Fevereiro e ao rapaz, perdoa tudo quanto faz.
Aproveite Fevereiro quem folgou
em Janeiro.
Em Fevereiro
, chega-te ao lameiro.
Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.
Fevereiro é dia, e logo é Santa Luzia.
Fevereiro enxuto, rói mais pão do que quantos ratos há no mundo.
Fevereiro quente, traz o diabo no ventre.
Fevereiro recouveiro, afaz a perdiz ao poleiro.
Janeiro geoso e Fevereiro chuvoso fazem o ano formoso.
Neve em Fevereiro, presságio de mau celeiro.
O tempo em Fevereiro enganou a Mãe ao soalheiro.
Para parte de Fevereiro guarda lenha de Quinteiro.
Quando não chove em Fevereiro, nem prados nem centeio.
Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro.
Em Fevereiro põe o teu fumeiro.
Aveia de Fevereiro enche o celeiro.
Em Fevereiro neve e frio; é de esperar calor no estio.
Em Fevereiro mata o teu carneiro.
Em Fevereiro põe a mãe ao soalheiro e manda-lhe um saraivem
Fevereiro trocou dois dias por uma tigela de papas.
Fevereiro coxo, em seus dias vinte e oito.
Fevereiro é o mais curto mês e o menos cortês.
Aí vem o meu irmão Março  que fará o que eu não faço.
Bons dias em Janeiro enganam o homem em Fevereiro
Lá vem Fevereiro, que leva a orelha e o carneiro.
Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado, nem bom palheiro.
Quer no começo, quer no fundo, em Fevereiro vem o Entrudo.
Se o Inverno não faz o seu dever em Janeiro, faz em Fevereiro.

Um Poema....

A mesma rosa amarela

Você tem quase tudo dela,
o mesmo perfume, a mesma cor,
a mesma rosa amarela,
só não tem o meu amor.
 
Mas nestes dias de carnaval
para mim, você vai ser ela.
O mesmo perfume, a mesma cor,
a mesma rosa amarela.
 
Mas não sei o que será
quando chegar a lembrança dela
e de você apenas restar
a mesma rosa amarela,
a mesma rosa amarela.

Carlos Pena Filho

XIII Atelier de Olaria

Dias 5, 19 e 26 | 10h30 com a mestre Oleira Maria Fernanda Braga 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O Leituras sugere....







...para fevereiro


Os Heróis do 6º F
António Mota
A vida dá muitas voltas. Que o diga Manuela que vê a sua vida dar uma volta completa, quando pensava que já nada havia a mudar. Num quotidiano repartido entre a casa e a escola, Manuela testemunha as mudanças da vida dos que lhe são próximos, sejam eles vizinhos mais velhos, sejam jovens como a Helena, a sua melhor amiga, o Miguel, o menino rico novo na escola e o Chancas, o delegado de turma, seus colegas de escola.
A partir dos 10 anos
Recomendado pelo PNL

VISITAS VIRTUAIS À ROTA DO ROMÂNICO




A Rota do Românico convida a uma visita, por dentro e por fora, a alguns dos monumentos que a integram, em ambiente virtual e interativo, e a descobrir algumas das suas mais interessantes curiosidades. Esta visita virtual será, por certo, motivadora de uma visita in loco.

Programação mensal | fevereiro

E-book gratuito

Já se encontram disponíveis os dois últimos volumes da Biblioteca Digital DN.


Dama polaca voando em limusine preta
Lídia Jorge

Sinopse
Dama Polaca Voando em Limusine Preta relata o encontro entre um motorista e uma passageira durante um percurso que ambos fazem ao longo de uma região gelada. Mas a passageira não é só a passageira e o motorista encobre uma história única.






Notas Soltas da Corda e do Carrasco
Sérgio Godinho

Sinopse
E um dia o carrasco foi executado. A noite anterior foi de tormentos e de luz intensa. Nada estava ainda preparado para o golpe final, e já não era ele que o teria que preparar. Técnica. Não se sabe. Parece que houve um momento em que se apercebeu de tudo o que não tinha sido. É esse o momento em que se é outra pessoa. E deu-se conta das notas soltas da sua cabeça ainda intacta, muito embora as não tivesse sequer, nunca na vida, formulado. Parece.
 
 
 
 Estes são os dois últimos dos 31 contos de autores portugueses, publicados pela Biblioteca Digital DN até dia 30 de janeiro de 2013, e disponíveis para PC, tablet/e-reader e smartphone.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Atividades de dezembro

Em dezembro, a magia do Natal esteve presente na Biblioteca!

No dia 6, a “história de encantar” foi “Uma prenda de Natal”, escutada, atentamente, pelas crianças do JI de Bacêlo – Vandoma.

JI de Bacêlo - Vandoma
JI de Bacêlo - Vandoma


No dia 13, os meninos e meninas do JI de Lagar – Vandoma, assistiram ao teatro de fantoches sobre o conto “Não acredito no Pai Natal”. 

JI de Lagar - Vandoma

Como a árvore de Natal da Biblioteca estava “despida”, era necessário decorá-la, e nada melhor do que as crianças para fazê-lo!
Por isso, no final das atividades, todos os meninos coloriram bolas, sininhos, anjos, estrelas de Natal e a nossa árvore ficou cheia da luz e da cor do Natal.







À saída, e como se tratava de uma época festiva e de presentes, a Biblioteca ofereceu a todos uma pequena lembrança, fazendo votos de um Feliz Natal!