quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Homenagem a Manuel António Pina
1943 - 2012

O pássaro da cabeça

Sou o pássaro que canta
dentro da tua cabeça,
que canta na tua garganta,
...que canta onde lhe apeteça.

Sou o pássaro que voa
dentro do teu coração
e do de qualquer pessoa
[mesmo as que julgas que não].

Sou o pássaro da imaginação
que voa até na prisão
e canta por tudo e por nada
mesmo com a boca fechada.

E esta é a canção sem razão
que não serve para mais nada
senão para ser cantada
quando os amigos se vão

e ficas de novo sozinho
na solidão que começa
apenas com o passarinho
dentro da tua cabeça.

[Manuel António Pina, O Pássaro da Cabeça]

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NOBEL DA LITERATURA PARA O CHINÊS MO YAN


O Prémio Nobel da Literatura 2012 foi atribuído ao escritor chinês Mo Yan.
«Com um realismo alucinatório, [Mo Yan] funde contos populares, história e o contemporâneo», justificou a Academia Sueca, no anúncio do laureado.

A Academia explicou ainda que, «com uma mistura de fantasia e realidade, perspetivas históricas e sociais», Mo Yan criou um universo que «faz lembrar a complexidade da escrita de William Faulkner e Gabriel Garcia Marquez, ao mesmo tempo que procura um ponto de partida na literatura chinesa antiga e na tradição oral».

De Mo Yan, de 57 anos, pseudónimo do escritor Guan Moye, encontra-se publicada em Portugal a obra «Peito grande, ancas largas».

Um Poema...


Na biblioteca

O que não pode ser dito
guarda um silêncio
feito de primeiras palavras
diante do poema, que chega sempre demasiadamente tarde,

quando já a incerteza
e o medo se consomem
em metros alexandrinos.
Na biblioteca, em cada livro,

em cada página sobre si
recolhida, às horas mortas em que
a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,

as palavras dormem talvez,
sílaba a sílaba,
o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.

Aí, onde não alcançam nem o poeta
nem a leitura,
o poema está só.
E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.


Cuidados Intensivos

Manuel António Pina

Cada mês com seus provérbios

OUTUBRO


Em outubro, centeio ruivo.
Em outubro pega tudo.
Outubro quente traz o diabo no ventre.
Outubro recolhe tudo.
Outubro seca tudo.
Se em outubro demorares a terra a lavrar, pouco hás de enceleirar.
Outubro lavrar, novembro semear, dezembro nascer.
Com a vinha em outubro, come a cabra, engorda o boi e ganha o dono.
Quando o outubro é erveiro, guarda para março o palheiro.
Outubro meio chuvoso torna o lavrador venturoso.
Em outubro sê prudente: guarda pão, guarda semente.
Em outubro não fies só lã; recolhe teu milho e feijão, senão de inverno tens a tua barriga em vão.
Outubro nublado, janeiro molhado.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Leituras sugere....

 





O Leituras sugere para outubro....




O Livro das Datas
Autor(es) Luísa Ducla Soares, Maria João Lopes (Ilustrador) | Editora Civilização

 Neste livro, Luísa Ducla Soares divulga algumas datas importantes celebradas ao longo do ano. Cada uma das datas especiais lembradas pela autora – umas mais «conhecidas», como o dia 25 de Dezembro, outras talvez menos, como o dia dos avós – surge assinalada e explicada, seguida de uma pequena história ou de um poema.
Lembramos que este é um livro recomendado pelo PNL para apoio a projetos relacionados com Cidadania na Educação Pré-Escolar, 1º e 2º ano de escolaridade.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

5 de Outubro - Implantação da República

Visite a Exposição A Primeira República patente na
 Academia da Fundação A Lord

 

Para os mais novos  
  • Portugal foi, desde a sua fundação, governado por reis. A essa forma de governo chama-se monarquia.
  • No entanto, nos finais do século XIX, havia muitas pessoas que achavam que a monarquia não era a melhor forma de governar um país: o rei reinava a vida toda.

  • Quando morria era o filho mais velho, o príncipe, que tomava o seu lugar.

  • Os problemas que as pessoas viam na monarquia eram devidos a coisas muito simples:
E se o rei governasse mal?
E se fosse cruel para com os súbditos (o povo)?
E se ficasse doente ou louco?
E se tivesse ideias extravagantes que prejudicassem as pessoas?
E se decidisse mal coisas importantes para o país?
E se se deixasse influenciar demais por pessoas com más intenções?
  • Claro que estes problemas podem acontecer com qualquer governante, fosse ele um rei ou outro...
    No entanto, as vantagens de uma forma de governar diferente eram vistas como boas. Seria um sistema diferente: uma república.
  • As repúblicas têm dirigentes eleitos por períodos de tempo mais curtos, e o controlo do poder parecia mais eficaz.
  • Por tudo isto, grupos de cidadãos portugueses, partidários de um sistema de governo republicano, foram-se revoltando e acabaram por conseguir terminar com a monarquia e implantar a República, como vinha acontecendo noutros países da Europa.
  • Isto aconteceu a 5 de Outubro de 1910.
  • A República foi proclamada dos Paços do Concelho (a Câmara Municipal) em Lisboa. A importância deste facto foi tal que se decidiu que essa data fosse um dia feriado.
  • O último rei foi D. Manuel II que partiu para Inglaterra com a restante família real, ficando aí a viver no exílio.
  • O primeiro presidente foi Teófilo Braga, mas foi apenas presidente do Governo Provisório até às eleições, onde foi eleito como primeiro Presidente de Portugal Manuel de Arriaga.
  • Clica aqui para saberes quem foram os Presidentes portugueses.
  • A implantação da República fez com que Portugal mudasse a sua bandeira e o seu hino para aqueles que temos atualmente e o nome da sua moeda para o escudo.
Implantação da República. In http: //www.junior.te.pt [Consult. 2012-10-04].
Disponível na www: <URL: http://
http://www.junior.te.pt/servlets/Rua?ID=132&P=Portugal

Teatro de fantoches | outubro

Dias 11 e 25 | 10h30 | História do Dentinho

Histórias de Encantar | outubro



Dias 4 e 16 | 10h30 | O dia em que a barriga rebentou de José Fanha  

No âmbito da celebração do Dia Mundial da Alimentação / 16 de outubro


Programação | outubro 2012